A Possível Reconstrução do “Plano B” do Papa Bento XVI.

19 Aprile 2021 Pubblicato da

 

Marco Tosatti

Caros amigos e inimigos de Stilum Curiae, graças à katejon oferecemos-vos a tradução portuguesa do artigo de Andrea Cionci que foi publicado na Libero, e que relançámos em Stilum Curiae nas últimas semanas. Desfrute da sua leitura.

 

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Renúncia propositalmente inválida: investigamos a tese da advogada Acosta e vários teólogos

07 de abril de 2021

A questão dos “dois papas” e da renúncia de Bento XVI é muito ampla, elusiva, espalhada por oito anos e cheia de episódios de difícil interpretação. Nos últimos meses, analisamos muitos fatos e

Por Andrea Cionci

Tradução de Katejon.com.br

documentos individuais sem receber qualquer resposta a nossas -embora legítimas- perguntas.
No entanto, a tese proposta pela advogada Estefanía Acosta e outros jornalistas de autoridade, juristas, teólogos, eclesiásticos (muitos dos quais pagaram caro por seus cargos), é chocante: o papa Ratzinger teria preparado DELIBERADAMENTE uma demissão completamente inválida para deixar o campo aberto a seus oponentes, para ter um antipapa nomeado e para assegurar que a verdade sobre os objetivos anticristãos da “Igreja profunda” e sobre o fato de que ele ainda é o único papa acabaria por ser descoberto. Isto levaria à anulação definitiva da “falsa Igreja”, com uma grande purificação da heresia

e da corrupção, abrindo uma nova era de renovação cristã.
É PLAUSÍVEL? Já havíamos investigado como as hipóteses sobre um Bento XVI mal preparado

em latim e em direito canônico, ou mesmo um entusiasta adepto entusiástico da virada modernista de Francisco, eram pouco críveis. AQUI <https://www.liberoquotidiano.it/articolo_blog/blog/andrea- cionci/26440869/papa-ratzinger-ipotesi-dimissioni-approssimativo-modernista-reset-cattolico.html>.

Resta, portanto, examinar a hipótese da chamada “Restauração Católica” mencionada acima: isto é o que tentamos fazer ordenando fatos, documentos e personagens de acordo com este ponto de vista.

Para que você possa conectá-los todos juntos, oferecemos uma história, um resumo, onde você pode ir mais fundo em cada argumento, clicando na palavra “AQUI”.

Julguem vocês: explicações alternativas são bem-vindas, desde que você consiga encontrar um local diferente para cada uma das “peças do quebra-cabeça” em uma estrutura coerente. * AQUI

<https://www.liberoquotidiano.it/articolo_blog/blog/andrea-cionci/22796627/papa-francesco- bergoglio-ratzinger-lenga-gracida-negri-bernasconi-dornelles-eresia-danneels-vescovi-teologi.html> e AQUI <https://www.liberoquotidiano.it/articolo_blog/blog/andrea-cionci/26460977/benedetto-xvi- unico-vero-papa-reset-cattolico-dimissioni-non-valide.html>.

 

1. Um Papa incômodo

“Rezai para que não fuja por medo dos lobos”, foi como Bento XVI exortou o povo católico no início de seu difícil pontificado em 2005. O mundo, de fato, voltou-se imediatamente contra ele: a Igreja Católica de 16 anos atrás, com sua fé bimilenar, sua identidade e suas regras morais, constituiu o último obstáculo para a realização de uma série de instâncias globalistas-progressivas patrocinadas pela esquerda internacional e maçônica.

Após o altamente controverso discurso de Regensburg (2006) que fechou a porta a todo sincretismo

religioso, e após o motu proprio Summorum Pontificum (2007), com o qual Ratzinger “restaurou” a Missa latina dando um sopro vital de oxigênio à Tradição, a oposição interna do clero modernista – coagulada em torno do lobby dos cardeais chamados de “Máfia de São Galo” – ficou furiosa e determinada a impedi- lo até o ponto de resignação, como será amplamente descrito pelo Card. Danneels (um dos membros da “Máfia”) em sua autobiografia de 2015.

2. O annus horribilis

Em 2012, a situação se torna insustentável: muitos no Vaticano já boicotam o Papa recusando-se a obedecê-lo, o manso Papa-teólogo não pode confiar em ninguém, tanto assim que até o mordomo rouba documentos de suas gavetas, naquele famoso escândalo do Vatileaks que trará à luz uma guerra feroz

entre facções dentro da Igreja ao ponto de expor um plano para eliminá-lo fisicamente. Mas estas revelações pararam nas mãos de Ratzinger, como veremos, ao esclarecer o contexto no qual ele terá que optar por sua extrema ratio.

A mídia, além disso, se posiciona inteiramente contra ele, pintando-o como um obscurantista

amuado, massacrando-o trazendo à tona escândalos reais ou supostos de pedofilia (agora magicamente desaparecidos) e, no final de dezembro, chega o último polegar para baixo: os Estados Unidos da dupla Obama-Clinton bloqueiam as contas do Vaticano através do código Swift. Eles o desbloquearão imediatamente após a “renúncia” de Ratzinger. AQUI <https://www.imolaoggi.it/2015/09/29/come- lo-swift-banche-ricatto-benedetto-xvi-per-costringerlo-a-dimettersi/> [ver também: <https://fratresinunum.com/2015/09/30/ratzinger-nao-podia-vender-nem-comprar/> – ndt]

 

3. Chega o momento do Plano B

Com uma Igreja completamente em metástase pelo modernismo globalista e submetida a pressões internacionais, Bento decidiu uma manobra definitiva com o objetivo de “limpar não só o pequeno mundo da Cúria, mas também a Igreja como um todo”, como ele mesmo explicou ao jornalista Peter Seewald.

Um “plano B” planejado por muitos anos precisamente em vista de um ataque ao papado de dentro da Igreja, previsto, no entanto, por muitas profecias e pelo terceiro Segredo de Fátima, do qual

Ratzinger foi um dos poucos marcados por Deus a uma missão especial.
O Papa organiza assim o que, estrategicamente, poderia ser definido como um “plano de engano”,

com um “falso alvo” e uma “retirada simulada”, a fim de recuperar o impulso motivacional do povo autenticamente católico e aniquilar definitivamente as forças anticristãs dentro da Igreja. AQUI <https://www.liberoquotidiano.it/articolo_blog/blog/andrea-cionci/26771800/papa-ratzinger-terzo- segreto-fatima-ipotesi-specchio.html>.

4. O “falso alvo”: o ministerium

O plano é baseado em uma disposição implementada em 1983, quando o ofício papal foi dividido em recipiente e conteúdo, munus e ministerium, ou seja, título divino e exercício prático do poder.

E é precisamente este último que é o verdadeiro “falso alvo” jurídico oferecido a seus inimigos: renunciar ao ministerium, e não ao munus, seria como fazer crer que um nobre, um conde, perde seu

próprio título só porque renuncia a administrar seus bens. Nada disso: um conde permanece sempre um conde mesmo sem terra e, inversamente, um administrador não pode se tornar um conde apenas pela administração de propriedades. Munus e Ministerium não são equivalentes.

Assim, após duas semanas de trabalho, em janeiro de 2013, Ratzinger desenvolveu uma Declaratio, uma declaração em latim de apenas 1700 caracteres, onde inverte estes fatores, de acordo com uma “técnica de espelho”: em vez de renunciar ao munus, o cargo de Papa, porque o ministerium (exercício prático) se tornou exaustivo, ele anuncia que quer fazer o contrário: renunciar ao ministerium porque o exercício do munus se tornou cansativo para ele. Um verdadeiro jogo de palavras, mas juridicamente isto lhe teria permitido, no máximo, nomear um vigário bispo, mas certamente não se demitir como Papa, um papel no qual ele retém o munus fundamental. (Há pelo menos 5 publicações sobre este

assunto). AQUI <https://www.liberoquotidiano.it/articolo_blog/blog/andrea-cionci/26411995/un- testo-giuridico-della-avvocatessa-estefania-acosta-racconta-dimissioni-appositamente-scrite-invalide-da- benedetto-xvi-che.html>.

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5. Um compromisso para 28 de fevereiro às 29h.

Além disso, Bento XVI adiou a demissão do ministerium, fixando-a para 28 de fevereiro, de modo que o cardeal Sodano, imediatamente após sua Declaratio, deixe bem claro aos cardeais, quase obsessivamente, que ele permanecerá Papa até 28 de fevereiro. Mas isso não é suficiente: Ratzinger também especifica a “hora X” a partir da qual ele deixará de ser Papa, 29h. É um erro tipográfico, obviamente: ele queria escrever às 20h, e de fato será corrigido mais tarde, mas os jornais citarão o erro com o qual ele sublinha o quão importante será aquela hora inoportuna, que para muitos costuma ser a da janta. AQUI: <https://www.youtube.com/watch?v=NrajaSH-ZTI>.

 

6. O Papa Emérito é o Papa

Voltará a ser um cardeal novamente? Não: doravante ele especificará que se tornará “Papa Emérito”, referindo-se ao fato de que, desde os anos 70, a lei canônica permite que os bispos

aposentados permaneçam bispos -a nível sacramental- tornando-se “eméritos”, ou seja, abandonando apenas as funções práticas. No caso do Papa, por outro lado, não existe uma dimensão sacramental, mas uma dimensão supra-sacramental referente a um ofício que ninguém na Terra tem o poder de modificar ou compartilhar. Portanto, aquele que renuncia ao ofício papal não pode permanecer de alguma forma papa, e um papa que renuncia apenas em parte, na realidade, permanece papa para todos os fins e propósitos. Bento sabe disso, mas seus oponentes não sabem. Portanto, Ratzinger usou propositalmente este estratagema do “Papa Emérito”, uma expressão nunca mencionada na lei canônica, para permanecer papa e, enquanto isso, deixar o campo livre para seus inimigos. AQUI<https://www.liberoquotidiano.it/articolo_blog/blog/andrea-cionci/26732422/papa-ratzinger-ein- leben-nuova-versione-fatti-dimissioni-volontariamente-invalidate.html>.

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7. Mantém as vestes brancas

É por isso que, coerentemente, Bento conserva as vestes brancas, embora desprovidas de mozeta e

cíngulo, símbolo das duas funções práticas às quais renunciou apenas factualmente: administrar o barco de Pedro e proclamar o Evangelho. Ao vaticanista Tornielli, que lhe perguntará por que ele não usa a batina preta do cardeal, ele responderá justificando-se dizendo que era “uma solução eminentemente prática, já que ele não tinha outras roupas disponíveis”. Este fato também vai despertar nos últimos tempos a estigmatização pública do card. George Pell: “Um Papa que se demite não deve usar branco e não deve ensinar publicamente”. Quem sabe não seja um resignatário? AQUI <https://www.liberoquotidiano.it/articolo_blog/blog/andrea-cionci/26620895/benedetto-xvi-veste- bianca-senza-fascia-mantella-perche.html?fbclid=IwAR1UulaYNj1LRJL-DZZU- wMp1ku38bofoIkdQ1HAWx7Apk15K5mBQimBBBQ> e AQUI <https://www.liberoquotidiano.it/articolo_blog/blog/andrea-cionci/25518841/cardinale-george-pell-benedetto-xvi-torni-cardinale-questione-talare-bianca.html>.

8. A cobiça da máfia de São Galo

Ratzinger conhece bem seus adversários, ele sabe que eles estão famintos pelo poder que almejam desde os anos 90, convocando suas reuniões secretas na cidade de São Galo, na Suíça. Não por acaso,

precisamente naqueles anos, o Papa Wojtyla emitiu a constituição apostólica Universi Dominici Gregis que excomungou automaticamente qualquer cardeal culpado de manobras pré-conclave. Ratzinger sabe que o conhecimento que seus inimigos têm do latim e do direito canônico é inferior ao seu e que, diante de sua aparente rendição, eles não teriam ido muito longe depois das sutilezas. Eles teriam aceitado qualquer documento que falasse de renúncia.

De fato, após a Declaratio, a máfia de São Galo se eriça e imediatamente faz com que a assessoria de imprensa do Vaticano anuncie que “o Papa renunciou”. O que Ratzinger “profetizou” no final da

Declaratio, onde declara renunciar ao ministerium, A FIM DE QUE (“ut”): “a partir de 28 de fevereiro a Sé de São Pedro estará vacante e o conclave para a eleição do novo Sumo Pontífice terá de ser convocado por aqueles a quem compete”. (“Aqueles a quem compete”, ou seja, não a “vocês cardeais”, ou seja, apenas alguns de “vocês cardeais”, uma referência àqueles que lhe foram infiéis).

9. Os erros de latim

Entretanto, o jogo é sutil: o risco é que a questão jurídica sobre a qual todo o Plano B se refere em breve seja esquecida. É por isso que na Declaratio Bento insere algumas inconsistências que manterão viva no tempo a atenção sobre a nulidade do documento: primeiro de tudo, dois erros latinos grosseiros: “pro ecclesiae vitae” (mais tarde corrigido pelo Vaticano), e um pronunciado também verbalmente sobre a palavra-chave: “ministerium” ligado ao “comissum”, no lugar do dativo “comisso”. Novamente, o erro tipográfico, por volta das horas: 29h em vez de 20h. Erros cometidos de propósito, bem como para invalidar ainda mais a renúncia por não ter sido escrita “rite manifestetur”, ou seja, “apropriadamente”, como exige o Código de Direito Canônico (Can. 332, § 2), de forma especial para chamar a atenção aos dois principais nós jurídicos da falsa renúncia: a renúncia do ministerium e o adiamento da renúncia. O plano tem êxito: os erros de sintaxe serão imediatamente julgados como “intoleráveis” por latinistas como Luciano Canfora e Wilfried Stroh, assim como pelo Card. Ravasi, e terá algum eco na imprensa,

juntamente com o erro tipográfico da hora. AQUI <https://www.liberoquotidiano.it/articolo_blog/blog/andrea-cionci/26637606/ratzinger-benedetto- xvi-errori-latino-dimissioni-corriere-esperto-latinista-ennesimo-indizi.html>. Erros devidos à pressa? Impossível: Ratzinger levou duas semanas para redigir a Declaração, que também foi verificada pela Secretaria de Estado sob o selo de sigilo pontifício. AQUI <https://www.liberoquotidiano.it/articolo_blog/blog/andrea-cionci/26758114/ratzinger-dimissioni- nuovi-dettagli-errori-declaratio-correzione-segreteria-stato-refusi-orario-ore-29.html>.

 

10. A despedida às 17:30

Chega então o dia 28 de fevereiro, Bento faz um voo de helicóptero teatral (ele dirá ao Seewald que fazia parte do “roteiro”) para que todos possam vê-lo sair do Vaticano e, às 17h30, ele aparece da

varanda de Castel Gandolfo para cumprimentar o mundo. Não por acaso ele escolheu as 20h, horário em que todos estão jantando, o que lhe dá a razão de antecipar sua despedida às 17h30. De Castel Gandolfo, de fato, ele especifica: “Serei pontífice até as 20 horas, então não mais”.

Depois ele sai, às 20h chega, mas não assina nenhum documento, nem declara mais nada em

público. Ele se justifica dizendo que neste momento não é mais Papa desde as 17h30min, desde sua despedida pública. Errado: sendo Papa ainda das 17h30 às 20h00, ele poderia muito bem ter mudado de ideia, ergo, sua demissão do ministerium, já inútil para fins de demissão como Papa, teria que ser ratificada ou por uma assinatura, ou por outra declaração pública. Mas isto não ocorreu. AQUI<https://www.liberoquotidiano.it/articolo_blog/blog/andrea-cionci/26613561/ratzinger-dimissioni- sempre-annunciate-mai-ratificate-carlo-pace- spiega.html?fbclid=IwAR0Dc5T82uWN6UbK_2yKu5epxQ8VQwVUZppYDS5GJLiICjgIY09CnkVoim8>.

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11. Um concentrado de invalidez jurídica

Em suma, sua Declaratio de Renúncia é absolutamente inútil como demissão, pois não se pode renunciar ao título de origem divina renunciando à administração e, além disso, esta demissão mal

redigida nem sequer é ratificada. Uma piada gigantesca. De fato, Bento admitirá com Seewald que a escolha do dia 11 de fevereiro para a Declaratio se conectava, com um “link interno”, ao aniversário de Nossa Senhora de Lourdes, a festa de Santa Bernadette, seu aniversário e… à primeira segunda-feira do

Carnaval. AQUI <https://www.liberoquotidiano.it/articolo_blog/blog/andrea- cionci/26699363/ratzinger-sottotesto-libro-intervista-ultime-conversazioni-peter-seewald.html>.

 

12. A máfia de São Galo elege o antipapa

Apenas alguns estão cientes das incongruências e a máfia de São Galo avança como um trem. Finalmente, em 13 de março, com uma sexta votação irregular, eles finalmente conseguiram eleger seu campeão, o cardeal jesuíta Bergoglio, já muito impopular na Argentina por seus métodos e suas extravagâncias doutrinárias. Assim, o novo Papa foi anunciado ao mundo. Francisco saiu, sem uma mozeta vermelha, acompanhado precisamente por um card. Danneels: seu estilo é muito improvisado e, num instante, com a cumplicidade da mídia patrocinada pelos poderes conhecidos, capta imediatamente o favor entusiasmado das multidões. AQUI

<https://www.liberoquotidiano.it/articolo_blog/blog/andrea- cionci/22269917/bergoglio_papa_francesco_ratzinger_teologia_modernisti_tradizionalisti_strategia_ concilio_vaticano_teologia.html>.

 

13. Começa a agressão contra o catolicismo

Imediatamente começa o desmantelamento gradual da doutrina católica para adaptá-la ao recipiente de uma nova religião universal eco-maçônica-modernista para a Nova Ordem Mundial, abertamente patrocinada por Bergoglio em uma entrevista com La Stampa em 15 de março de 2021: “Nós desperdiçaríamos esta crise fechando-nos em nós mesmos. Ao invés disso, construindo uma nova ordem mundial baseada na solidariedade…”.

Afinal, nada que surpreenda: se Ratzinger nunca se demitiu, Bergoglio é um antipapa. AQUI<https://www.liberoquotidiano.it/articolo_blog/blog/andrea-cionci/23334769/ratzinger-rinuncia- invalida-sospetti-esilio-ratisbona-gaffe-comunicative-nuovo-ordine-mondiale-avvenire-scola- massoneria.html>.

 

14. Bento continua agindo como Papa

Enquanto uma parte dos católicos normais (desdenhosamente definidos pelos Main Stream Media como “tradicionalistas”) começa a reagir contra Bergoglio (e alguns até amaldiçoam Ratzinger), o Papa Bento XVI continua a se comportar como um Papa para todos os fins e propósitos, embora despojado de algumas das funções práticas de seu poder. Além de manter as vestes brancas, ele continua vivendo no Vaticano, usando o plural majestático, assinando Pontifex Pontificum, dando a bênção apostólica.

Assim, embora Ratzinger tenha renunciado de fato a administrar a barca de Pedro, cada tanto

aparece, assina um livro, escreve, reza, dá entrevistas, corrige Bergoglio sobre o celibato sacerdotal (mesmo que, imediatamente depois, sua vinha favorita seja arrancada). AQUI <https://www.liberoquotidiano.it/articolo_blog/blog/andrea- cionci/22458850/papa_benedetto_emerito_aborto_gay_catechismo_chiesa.html>.

 

15. A ambiguidade “científica”

Em todas as entrevistas, Ratzinger mantém um perfil baixo e, sobretudo, uma absoluta ambivalência científica em suas palavras. Ele nunca diz que renunciou como papa, nem diz que o papa é Francisco, mas durante oito anos, de forma granítica, ele repete que o papa é apenas um. AQUI <https://www.liberoquotidiano.it/articolo_blog/blog/andrea-cionci/26597971/scritto-di-benedetto- xvi-completo-come-leggere-piu-attentamente-un-significato-opposto-il-papa-e-lui-bergoglio-e-solo- cardi.html>.

 

16. A pressão dos Main Stream Media

O pensamento único quer a todo custo manter que este único Papa existente mencionado por Bento é Francisco, então os jornais alinhados se apressam para construir uma narrativa com base em

suas citações, tentando manipulá-las. Mesmo assim, o Vatican News de 27 de junho de 2019 ousa intitular “Bento XVI: o Papa é um só, Francisco”, noticiando no entanto apenas uma opinião pessoal de Massimo Franco do Corriere della Sera. AQUI<https://www.liberoquotidiano.it/articolo_blog/blog/andrea-cionci/26391704/papa-ratzinger- benedetto-xvi-da-otto-anni-tentano-fargli-dire-quello-che-non-vuole.html> [ver ainda: <https://katejon.com.br/wordpress/?p=1191> – ndt].

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17. A máfia de São Galo se revela

Enquanto Bergoglio se espalha com sua nova igreja maçônica e ultramodernista-globalista (revelando-se cada vez mais), em 2015 a “anti-igreja”, como será definida por Mons. Viganò1, dá um grande passo em falso: o cardeal Godfried Danneels, primaz da Bélgica e espinha dorsal da Máfia de S.

Galo (tanto que apareceu com Bergoglio no dia da eleição), confessa francamente em uma de suas autobiografias como o lobby modernista pretendia fazer Bento renunciar e propor, como substituto, o card. Bergoglio. As declarações, que confirmam o que o jornalista Austen Ivereigh já havia dito, criam

um enorme embaraço, mas não são desmentidas. O livro da Danneels vende como pão quente (o último exemplar usado será vendido na Amazon por 206 euros), mas não é reimpresso nem traduzido para o

italiano. O cardeal belga desaparece de cena e morrerá quatro anos mais tarde. AQUI<https://www.liberoquotidiano.it/articolo_blog/blog/andrea-cionci/25566325/don-minutella-pietro- dove-sei-pamphlet-teologo-massimo-franco-enigma-papa-francesco.html>.

 

18. A defesa de Mons. Sciacca

Em agosto de 2016, Monsenhor Giuseppe Sciacca, o primeiro canonista do Vaticano, entrevistado por Andrea Tornielli, sustenta que a renúncia de Ratzinger é válida porque munus e ministerium para o

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1 De fato, o beato João Paulo II, então cardeal Karol Wojtyła, em 1977, no Congresso Eucarístico da Filadélfia, já utilizara a expressão anti-Igreja: “Estamos ante a maior confrontação histórica que a humanidade já teve. Estamos ante a batalha final entre a Igreja e a anti-igreja, o Evangelho e o anti-evangelho. Esta confrontação descansa dentro dos planos da Divina Providência e é uma provação que a Igreja inteira tem de passar”. [ndt]

Papa são indivisíveis. Um gol contra que demonstra precisamente como Ratzinger não poderia ter renunciado renunciando apenas ao ministerium. De fato, a história dos Papas no primeiro milênio mostra que às vezes eles podem renunciar ao exercício do poder enquanto permanecem Papas,

principalmente por causa de um antipapa.

19. A resposta de Bento ao Corriere

Três semanas depois, em uma resposta velada, Ratzinger publica uma carta no Corriere, um resumo de uma recente entrevista com Peter Seewald, “Últimas Conversas”, na qual ele mesmo começa dizendo que é um excelente latinista e que escreveu a Declaratio em sua própria caligrafia para não cometer erros. Absurdo, uma vez que os erros haviam sido corrigidos publicamente por latinistas famosos imediatamente após a Declaratio. É um dos muitos sinais de aparente inconsistência enviados propositalmente por Bento para chamar a atenção sobre os nós jurídicos da “renúncia”. Mas toda a entrevista com o Corriere pode ser interpretada de forma inversa. AQUI <https://www.liberoquotidiano.it/articolo_blog/blog/andrea-cionci/26637606/ratzinger-benedetto- xvi-errori-latino-dimissioni-corriere-esperto-latinista-ennesimo-indizi.html?fbclid=IwAR1Jm- 1GluspiF0CguRNQjOgamNennUXexVwkGO3RikdQfX1p9SWRer__ks>.

 

20. Primeiros resultados do Plano B

Entretanto, apenas dois anos depois, em 2018, as sutis contribuições de Bento XVI obtêm um primeiro resultado: o frade franciscano ítalo-americano Alexis Bugnolo, distinto latinista e especialista em direito canônico, entende que os erros latinos na Declaratio foram inseridos de propósito para chamar a atenção a um documento canonicamente inválido. AQUI<https://www.liberoquotidiano.it/articolo_blog/blog/andrea-cionci/23247982/benedetto-xvi-ratzinger-rinuncia-bergoglio-declaratio-2013-dimissioni-abdicazione-munus-ministerium- bugnolo.html>.

Libero oferece exclusivamente esta interpretação que percorre o mundo, mas, em resposta, do Vaticano só chega o silêncio e os insultos do jornal Avvenire. AQUI <https://www.liberoquotidiano.it/articolo_blog/blog/andrea-cionci/23298928/silenzio-declaratio-rinuncia-papa-benedetto-ratzinger-cei-insulti-fra-bugnolo-munus-ministerium-invalidita-diritto- canonico.html>.

 

21. Bergoglio estica demais a corda

Os tempos amadurecem, enquanto Francisco se expõe cada vez mais: entroniza a Pachamama em São Pedro, inaugura a nova Ladainha Lauretana com Maria “alívio dos migrantes”, declara-se a favor das uniões civis, muda o Pai Nosso, insere o orvalho maçônico no missal, instala um estranho presépio esotérico na Praça de São Pedro, enfim, estica demais a corda, tanto que o notável vaticanista Aldo

Maria Valli publica um chocante artigo intitulado “Roma está sem Papa”. AQUI<https://www.liberoquotidiano.it/articolo_blog/blog/andrea-cionci/25873974/sacrifici-umani- studiosi-spiegano-tutto-su-pachamama.html>; AQUI <https://www.liberoquotidiano.it/articolo_blog/blog/andrea-cionci/23355254/papa-francesco-

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maria-sollievo-migranti-litanie-sfregio-oppositori.html>; AQUI <https://www.liberoquotidiano.it/articolo_blog/blog/andrea-cionci/25013391/birra-fast-food-

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applaudono-dichiarazioni-bergoglio-unioni-civili-alcol-e-cibo-spazzatura-provocano-milioni-di-morti-nel- mond.html>; AQUI <https://www.liberoquotidiano.it/articolo_blog/blog/andrea- cionci/25354748/nuovo-messale-bergoglio-domenica-prossima-in-vigore-politicamente-corretto-contro-teologia-san-tommaso-rugiada-massoneria-al.html>; AQUI <https://www.liberoquotidiano.it/articolo_blog/blog/andrea-cionci/25534079/guerriero-presepe- castelli-a-san-pietro-ha-corna-e-un-teschio-in-fronte-media-censurano-pubblico-inferocito-insulti- social.html> e AQUI <https://www.liberoquotidiano.it/articolo_blog/blog/andrea- cionci/26278178/aldo-maria-valli-roma-senza-papa-bergoglio.html>.

22. Ele corre para se refugiar no Corriere

Pânico em Santa Marta: Massimo Franco do Corriere chega para entrevistar Ratzinger e cobrir o vazamento. Bento XVI oferece uma série de outras respostas perfeitamente ambíguas: ele diz que “seus

amigos, um tanto fanáticos, não aceitaram sua decisão, que ele tomou livremente, está em paz consigo mesmo e o Papa é um. Franco interpreta suas declarações no sentido de: “Renunciei voluntariamente ao cargo de Papa, meus fãs estão errados em me considerar o Pontífice; o Papa é um e ele é Francisco”. AQUI <https://www.liberoquotidiano.it/articolo_blog/blog/andrea-cionci/26378596/benedetto-xvi- intervista-corriere-della-sera-papa-uno-solo.html>.

23. O subtexto explícito de Bento

Na verdade, o verdadeiro sentido das palavras de Ratzinger é: “Meus amigos não compreenderam que estou enganando os modernistas e o fiz com pleno conhecimento, portanto estou em paz com minha consciência. O Papa é um e eu sou ele”.

Esta história do Papa, que é apenas um, mas nunca se sabe qual, já está se tornando muito repetitiva e nos leva a rever entrevistas anteriores. Surge uma ambiguidade meticulosa e “científica” que perdura por anos. AQUI <https://www.liberoquotidiano.it/articolo_blog/blog/andrea-cionci/26378596/benedetto-xvi-intervista-corriere-della-sera-papa-uno-solo.html>.

24. A nomeação do “embaixador”

Assim, para reagir aos mal-entendidos habituais do Corriere, e para encorajar quem segue o caminho certo, o Papa Bento XVI, poucos dias depois, recebe o presidente de uma instituição de caridade e o nomeia “embaixador” (pelo menos espiritualmente). Embora em um nível simbólico, é em qualquer caso um ato do Papa reinante. Outro sinal claro para “os seus”. AQUI<https://www.liberoquotidiano.it/articolo_blog/blog/andrea-cionci/26582795/ratzinger-benedetto- xvi-visita-ignorata-lorenzo-festicini-ambasciatore.html>.

25. O jogo do espelho é compreendido

A partir das entrevistas com o Corriere, também passamos a ler os livros de entrevistas de Peter Seewald e descobrimos que todos eles são tingidos de um subtexto oposto e coerente. Cada frase é construída com habilidade científica para revelar -muitas vezes com saborosa ironia- a realidade da

renúncia inválida para aqueles que querem entendê-la. AQUI <https://www.liberoquotidiano.it/articolo_blog/blog/andrea-cionci/26699363/ratzinger-sottotesto- libro-intervista-ultime-conversazioni-peter-seewald.html> e AQUI<https://www.liberoquotidiano.it/articolo_blog/blog/andrea-cionci/26732422/papa-ratzinger-ein- leben-nuova-versione-fatti-dimissioni-volontariamente-invalidate.html>.

26. A claríssima referência histórica é descoberta: Bento VIII

Um detalhe fundamental surge quando nas “Últimas Conversas” de 2016, Bento XVI, por trás de uma velada, mas muito precisa referência histórica, declara que renunciou como o Papa Bento VIII, Teofilacto dos condes de Tusculus, que em 1012 foi forçado a renunciar ao ministerium por causa do

antipapa Gregório VI: um sinal inequívoco. Aos poucos, outros detalhes vão surgindo de seus livros- entrevistas e no Libero também mostramos onde Ratzinger poderia ter se inspirado para sua estratégia de “espelho”. AQUI <https://www.liberoquotidiano.it/articolo_blog/blog/andrea- cionci/26691243/benedetto-xvi-errore-storico-messaggio-papa-antipapa.html>.

27. A dinâmica prevista

Bento XVI sabe que seu jogo é extremamente sutil, mas deixou pistas muito óbvias. Ele sabia que as peças do quebra-cabeça lentamente se juntariam e que a falsa igreja seria revelada, falindo, se afogando em escândalos, contradições doutrinárias e ferozes conflitos internos. Ratzinger sabia de antemão que o antipapa modernista, com suas extravagâncias eco-maçônicas-globalistas, teria enchido o povo católico de consternação. Ele sabia que não seria assistido pelo Espírito Santo, nem pela lógica

do Logos. AQUI <https://www.liberoquotidiano.it/news/personaggi/25073261/papa-francesco- monsignor-vigano-questa-non-e-chiesa-cristo-ma-antichiesa-massonica.html>.

28. O que Bento espera

Bento XVI espera, ainda tranquilo, na oração e na contemplação de Deus, comunicando-se com o exterior por meio de suas palavras muito precisas e cirúrgicas: espera que os cardeais e os bispos abram os olhos.

Ele não fala abertamente: mesmo que conseguisse dizer a verdade de forma pública, seria hoje rapidamente silenciado com a desculpa de um discurso senil. Não: é o povo católico que, neste Apocalipse, entendido como Revelação, deve converter-se, deve COMPREENDER e AGIR. É o clero que deve livrar-se da inércia, redescobrindo a coragem, a força, o heroísmo da fé. AQUI<https://www.liberoquotidiano.it/articolo_blog/blog/andrea-cionci/24974299/cardinali-perche-vestono-rosso-forse-solo-fashion.html>.

29. A solução do impasse: um sínodo aclaratório

A solução, no fundo, é simples: basta que os bispos convoquem um sínodo, como os já convocados na história (Sutri, Melfi V) para estabelecer com certeza entre dois ou mais papas qual era o verdadeiro.

Ratzinger sabe que durante tal encontro a realidade virá facilmente à luz: o antipapa e todas as suas ações, nomeações, mudanças doutrinárias e litúrgicas desaparecerão no nada. Será como se nunca tivessem existido. A morte não o preocupa: sua renúncia será inválida para sempre, criando uma cesura histórica na sucessão papal.

Bergoglio, entretanto, já marcou o futuro da neo-Igreja ao nomear uma avalanche de “seus” 80 cardeais que, em grande parte, blindarão o próximo conclave. Depois do antipapa Francisco, certamente não haveria outro Papa, como alguns tradicionalistas iludidos acreditam. Em vez disso, um conclave inválido, composto de cardeais inválidos, elegeria outro antipapa modernista -ou ortodoxo fingido- e a Igreja Católica, como a conhecemos, desapareceria para sempre.

O sínodo, por outro lado, será o grande contra-reset católico, o botão vermelho que purificará a Igreja -segundo as intenções de Ratzinger- da corrupção e da heresia de uma vez por todas, reconciliando a Europa e o Ocidente com suas próprias raízes cristãs. É a transição entre duas épocas e, como ele mesmo dirá a Seewald: “Não pertenço mais ao velho mundo, mas o novo, em realidade, ainda não começou”. AQUI <https://www.liberoquotidiano.it/articolo_blog/blog/andrea-cionci/26699363/ratzinger-sottotesto-libro-intervista-ultime-conversazioni-peter-seewald.html>.

 

30. Os “pequenos” serão os protagonistas

Bento XVI, único Vigário de Cristo (Bergoglio renunciou ao título), sabe que a salvação, muito antes da dos prelados e da grande mídia, virá dos pequenos, dos puros de coração, mente e corpo: bravos pequenos frades e padres que se excomungam para permanecer fiéis, pequenos jornalistas, pequenos youtubers e blogueiros, pequenos tradutores, litógrafos e tipógrafos, simples leitores que compartilham artigos nas redes sociais, cada um em sua própria pequenez infinitesimal traz sua própria contribuição: todas as pessoas sem meios e sem suporte, que se sacrificam para espalhar a verdade como

um fogo. Uma última “Cruzada dos Pobres” para salvar a própria Igreja.
Não. Bento XVI não fugiu ante os lobos. Tampouco ante aqueles disfarçados de cordeiros.

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Fonte: <https://www.liberoquotidiano.it/articolo_blog/blog/andrea-cionci/26807576/papa-

benedetto-xvi-possibile-ricostruzione-piano-b-dimissioni.html>.

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Ecco il collegamento per il libro in italiano.

And here is the link to the book in English. 


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